O que fazer em Kyoto em 2 dias: guia completo com templos, Gion e mapa
Índice
Visão geral e roteiro
Kyoto é aquele tipo de lugar que faz a gente querer apertar um botão de pausa no tempo. A cidade respira tradição e espiritualidade em cada bequinho, jardim e templo. Com apenas 2 dias pra explorar, meu objetivo foi montar um roteiro que te leva do dourado reluzente dos templos à serenidade das florestas de bambu, sem esquecer das gueixas misteriosas de Gion. Cola comigo, que o rolê é bom demais!
Como chegar • Quando ir • Onde ficar
Como chegar
O jeito mais prático de chegar em Kyoto é de Shinkansen (o famoso trem-bala). Vindo de Tóquio, a viagem leva cerca de 2h30. Se você tiver com o Japan Rail Pass, melhor ainda, sai no amor.
Quando ir
A cidade é linda o ano inteiro, mas se quiser Kyoto no auge da beleza, vai na primavera (sakura em flor) ou no outono (folhas vermelhas de cair o queixo). No verão é de fritar o juízo e no inverno, bem… friozinho com charme, vai do gosto.
Onde ficar
Pra otimizar o roteiro, recomendo se hospedar em Gion ou próximo à Kyoto Station. Eu fiquei perto da estação de Karasuma e adorei. Tá tudo perto, tem restaurante, mercado e os ônibus partem de lá cheios de gente mas com assento, ó que beleza.
Dia 1 – Manhã: Templos e natureza
Templo Kinkaku-ji (O Pavilhão Dourado)
Se Kyoto fosse um filme, o Kinkaku-ji era o cartaz! O templo reluz todo coberto com folhas de ouro e reflete bonitão num lago de águas tranquilas. Parece até cenário de anime. Mas ó: lota real, então chega cedo pra conseguir tirar aquela foto sem mil cabeças no fundo.
🕘 Horário: 9h às 17h
💸 Preço: 500 ienes (~R$ 20)
⏳ Tempo de visita: 1h
📍 Acesso: De ônibus ou táxi, a partir do centro

Tip do Ti
Vai querer meditar ali? Difícil com tanta gente. Minha dica é: aprecia o visual, dá uma volta pelo jardim e já parte pro próximo destino zen.
Templo Ginkaku-ji (O Pavilhão Prateado)
Apesar do nome, ele nunca chegou a ser prateado, mas a vibe aqui é tão boa quanto a do irmão dourado. Fica escondidinho no meio da natureza, com jardins de pedra e musgo que parecem coisa de outro planeta. Eu fui no verão e mesmo com o calor, tava sossegado e mágico.
🕘 Horário: 8h30 às 17h
💸 Preço: 500 ienes (~R$ 20)
⏳ Tempo de visita: 1h
📍 Acesso: Pode combinar com o Caminho do Filósofo
Atividades imperdíveis
- Caminhar devagar pelo jardim zen
- Subir no mirante do fundo
- Observar a montanha com Kyoto ao fundo
Dica marota
Se for no outono, o jardim vira um tapete de folhas vermelhas. E se der sorte, pega o lugar vazio. Se não der, respira e aproveita, porque Kyoto é poesia mesmo com multidão.
Caminho do Filósofo e Templo Nanzen-ji
Agora segura essa: imagina um canalzinho com árvores dos dois lados, cerejeiras que formam um túnel e templos pelo caminho… Esse é o Caminho do Filósofo, uma trilha de 2km que liga o Templo Ginkaku-ji até o Nanzen-ji. Tudo isso com uma vibe contemplativa que te faz desacelerar sem nem perceber.
Nanzen-ji é grandioso, com um portão monumental e um aqueduto de tijolos digno de filme europeu. Lá dentro tem jardins e templos menores que valem muito a pena.
🕘 Horário: 8h às 17h
💸 Entrada no complexo: grátis | Subtemplos: pagos (300–600 ienes)
⏳ Tempo de caminhada: 40min com calma + 1h no Nanzen-ji
📍 Acesso: Dá pra ir a pé do Ginkaku-ji

Perrengue chique
Fui no verão e o sol tava descendo a lenha. Mas bastou uma paradinha num restaurante escondido que servia ramen gelado com matcha pra alma voltar pro corpo. Fica esperto nessas surpresas do caminho!
Dia 1 – Tarde: Arashiyama
Floresta de Bambu de Arashiyama
Cara… quando eu coloquei os pés nessa floresta, a sensação foi de ter atravessado um portal. As árvores de bambu sobem alto, formando uma cúpula natural que faz o som mudar — o vento ali sopra diferente, juro! O caminho é curto, uns 500 metros, mas cada passo vale a caminhada.
🕘 Horário: Aberto 24h (mas vai de dia!)
💸 Entrada: Gratuita
⏳ Tempo de visita: 30min a 1h (ou mais se tu ficar zen ali)
📍 Como chegar: Estação Saga-Arashiyama + 10min de caminhada

Tip do Ti
Vai cedão, tipo 7h da manhã, se quiser aquele clique sem ninguém. Depois das 9h começa a parecer Black Friday da natureza: só faltam as plaquinhas de promoção e o empurra-empurra educado.
Templo Tenryu-ji e Jardim Sogenchi
Colado na floresta tá o lindíssimo Tenryu-ji, que além de templo, é um dos melhores jardins paisagísticos que já vi na vida. O lago, as pedras milimetricamente colocadas, o reflexo das montanhas… parece uma pintura japonesa que ganhou vida. Ele é Patrimônio Mundial da UNESCO, e com razão!
🕘 Horário: 8h30 às 17h
💸 Preço: 500 ienes (entrada) + 300 ienes pro jardim (~R$ 32 no total)
⏳ Tempo de visita: 1h a 1h30
📍 Entrada pela lateral da floresta de bambu
3 coisas pra não perder:
- A sala de tatame com vista pro jardim
- O lago com carpas e reflexos perfeitos
- Caminhada até a saída que leva à floresta
Dica marota
Tira o sapato, senta no tatame e só observa o vai e vem das nuvens no lago. Meditação instantânea, sem app nem mantra.
Santuário Nonomiya e Parque Kameyama
Seguindo ali pelos fundos da floresta, você vai encontrar o pequeno Santuário Nonomiya, que era usado por princesas da família imperial antes delas virarem sacerdotisas. Todo de madeira escura e cheio de misticismo, ele é aquele tipo de lugar que você sente a energia do Japão antigo no ar.
Logo depois vem o Parque Kameyama, com uma trilha suave e um mirante espetacular com vista pro Rio Katsura e as montanhas de Arashiyama. Se tiver sorte (ou primavera), vai rolar hanami (pique-nique sob as cerejeiras floridas).
🕘 Horário: Livre acesso
💸 Entrada: Gratuita
⏳ Tempo de visita: 40min a 1h
📍 Acesso pelo fim da floresta

Perrengue chique
Tentei visitar o Jardim Okochi Sanso (que fica ali perto e inclui chá no fim), mas cheguei 17h05. Fechado. Se quiser incluir ele no roteiro, chega antes das 16h30!
Dia 1 – Noite: bairro de Gion
Ruelas de Hanamikoji e gueixas misteriosas
Chegar em Gion é como entrar num filme de época. As casas de madeira escura, as lanternas vermelhas balançando suavemente, o som abafado dos passos nas pedras… tudo convida à contemplação. É ali, na rua Hanamikoji-dori, que acontece a mágica: se der sorte (e paciência), você pode cruzar com uma maiko (aprendiz de gueixa) deslizando pela rua num silêncio quase teatral.
🕘 Horário: Sempre aberto, mas o charme é ao entardecer e à noite
📍 Como chegar: A estação mais próxima é Gion-Shijo (linha Keihan)

Tip do Ti
Não seja aquele turista sem noção que corre atrás das gueixas com celular em punho. Fica de boa, observa de longe e aproveita o momento. E ah: as vielas ao redor, como a Shirakawa-minami, também são puro charme e bem menos cheias.
Ponte Shijo e a Rua Pontocho
Depois do passeio por Gion, bora atravessar o Rio Kamo pela Ponte Shijo. A vista ali é top: de um lado o Gion tradicional, do outro, a vida noturna agitada começando a ferver.
É do outro lado do rio que tá o Pontocho, uma ruela estreitinha que parece ter saído direto de um mangá. Recheada de restaurantes e izakayas (bares japoneses), muitos têm vista pro rio — perfeito pra fechar o dia com um jantar especial.
🕘 Horário: Restaurantes geralmente das 17h às 22h
💸 Preço: Jantar de ¥2.000 a ¥6.000 (~R$ 80–240), dependendo do local
📍 Acesso: Paralela ao rio, entre a Shijo e a Sanjo
3 opções de jantar:
- Kaiseki tradicional (refeição em vários pratos, estilo ryokan)
- Sushi bar com balcão de frente pro chef
- Izakaya animado com pratos para compartilhar e saquê gelado
Perrengue chique
Cheguei lá achando que era só escolher e entrar. Resultado: tudo lotado. Na dúvida? Faz como eu fiz: compra um bentô bonito no 7-Eleven e janta estilo piquenique na beira do rio. Simples, barato e com uma vibe linda.
Dia 2: Clássicos e cultura japonesa
Santuário Fushimi Inari Taisha
Esse aqui é O cartão-postal de Kyoto. Sabe aqueles túneis intermináveis formados por portais vermelhos? Então, são chamados de torii, e tem milhares deles te guiando até o alto da montanha Inari. Cada um desses portais foi doado por comerciantes e empresários, como oferenda ao deus Inari — o da prosperidade e do arroz (combo poderoso, né?).
🕘 Horário: Aberto 24h (melhor cedo ou fim do dia)
💸 Entrada: Gratuita
⏳ Tempo de visita: 2h a 3h, se for até o topo
📍 Como chegar: Estação Fushimi Inari (linha JR Nara) ou Keihan (5min de caminhada)

Tip do Ti
No início do trajeto rola muvuca pesada, mas conforme você sobe, o número de turistas cai. Lá no meio da trilha tem até umas vending machines e banquinhos. Aproveita a sombra dos torii e curte o som da mata — é surreal.
Templo Kiyomizu-dera e Ninenzaka
Depois da vibe espiritual de Fushimi, seguimos pro alto da colina de Higashiyama, onde fica o Kiyomizu-dera. Esse templo é famoso pela sua varanda de madeira suspensa, com uma vista lindona da cidade. E antes mesmo de chegar lá, a caminhada pela rua Ninenzaka já é uma atração por si só, com lojinhas, casas de chá, e aquele clima “Kyoto de antigamente”.
🕘 Horário: 6h às 18h
💸 Preço: 500 ienes (~R$ 20)
⏳ Tempo de visita: 1h30 a 2h
📍 Acesso: A pé a partir de Kiyomizu-Gojo ou de táxi
3 experiências imperdíveis:
- Beber das 3 fontes da cachoeira Otowa (cada uma dá sorte em algo: estudos, amor ou saúde)
- Subir na varanda e procurar o Fuji (se o céu ajudar)
- Comprar souvenir artesanal nas lojinhas de Ninenzaka e Sannenzaka
Dica marota
Vai de calçado confortável porque a ladeira ali é real. E ó, entre um templo e outro, rola parar num café tradicional pra provar um matcha latte gelado com dorayaki (aquele bolinho recheado tipo do Doraemon, lembra?).
Pagoda Hokanji e Templo Kodai-ji
Saindo do Kiyomizu, descendo por ruazinhas estreitas e charmosas, você dá de cara com a belíssima Pagoda de Yasaka (Hokanji). Aquela mesma que bombou no Instagram — e, acredite, ao vivo é ainda mais impactante. O cenário é tão típico que dá até vontade de andar por ali de quimono.
Ali pertinho fica o Templo Kodai-ji, um dos mais elegantes de Kyoto. Os jardins ali são uma obra de arte, com trilhas tranquilas, árvores de todas as cores (dependendo da estação), laguinhos e até bambuzal.
🕘 Horário: 9h às 17h30
💸 Preço: 600 ienes (~R$ 24)
⏳ Tempo de visita: 1h a 1h30
📍 Acesso: Dá pra ir a pé a partir da Hokanji

Perrengue chique
O espaço da rua em frente à pagoda é minúsculo. Lotado de gente tirando foto com tripé, câmera, celular, tablet… Só faltou drone. O segredo? Chegar bem cedo ou ir no fim do dia, que a luz fica linda e o fluxo diminui.
Encerrando com experiências locais
Nishiki Market e compras tradicionais
Se Kyoto fosse um sabor, ele estaria todinho no Nishiki Market. São mais de 400 metros de ruelas cobertas, cheias de barraquinhas vendendo de tudo: dango (bolinho de arroz), peixe seco, doces de macha, picles de mil tipos e até polvo recheado com ovo de codorna (sim, isso existe!).
🕘 Horário: 9h às 18h (a maioria das lojas fecha por volta das 17h)
💸 Entrada: Gratuita (mas prepare uns ienes porque é impossível sair de lá de mãos vazias)
⏳ Tempo de visita: 1h a 1h30
📍 Acesso: Estações Karasuma ou Shijo, a pé

3 coisas pra provar sem medo:
- Yatsuhashi: doce típico de Kyoto com canela e recheio de feijão doce
- Tamago yaki: omelete japonesa fofinha e levemente adocicada
- Matcha mochi: bolinho gelatinoso de chá verde
Tip do Ti
Vai com fome, mas evita experimentar tudo de uma vez. Faz como nos restaurantes de rodízio japonês: estratégia é tudo. Começa com algo salgado, depois um docinho, depois outra barraca… e assim vai, até sair rolando de tanto comer.
Gion Corner e show de cultura japonesa
Pra fechar o roteiro com uma experiência cultural de respeito, nada melhor que o Gion Corner. É um teatro onde rolam apresentações curtas, porém riquíssimas, das artes tradicionais japonesas: dança de maikos, teatro Kyogen, cerimônia do chá, koto (música clássica) e ikebana (arranjos florais).
É tipo um resumão da cultura japonesa — ótimo pra quem tem pouco tempo e quer sentir o gostinho de tudo.
🕘 Horários: Espetáculos às 18h e 19h (confirmar pelo site)
💸 Ingresso: Cerca de 3.000 ienes (~R$ 120)
⏳ Duração: 1h
📍 Acesso: No coração de Gion, pertinho da Shijo-dori
Dica marota
Compra o ingresso com antecedência, principalmente em alta temporada. E chega uns 15 minutos antes pra pegar um bom lugar. Ah, e segura o sono, porque a música é zen demais — eu quase meditei de olhos fechados por acidente. 😅
Mapa dos pontos turísticos
🗺️ Roteiro Visual: O que fazer em Kyoto em 2 dias
Confira no mapa abaixo os principais pontos turísticos do nosso roteiro completo em Kyoto, organizados pra você!
Conclusão e dicas finais
Do brilho dourado do Kinkaku-ji à sombra refrescante dos bambus de Arashiyama, de um túnel de torii infinitos até o silêncio quase sagrado de uma cerimônia do chá, Kyoto é um convite ao encantamento. E mesmo com só 2 dias no roteiro, dá pra viver intensamente esse mix de cultura, espiritualidade e beleza estética que só o Japão oferece.
Se fosse pra resumir, eu diria: Kyoto não é pra correr. É pra sentir. Caminhar devagar, saborear cada gole de chá, ouvir o som dos passos nas pedras de Gion e se deixar levar pelo tempo que parece ter parado — ou ao menos desacelerado por aqui.
Vai sem pressa, com o coração aberto e a câmera pronta. Porque Kyoto é inesquecível, e tenho certeza que depois dessa viagem, uma parte de você vai querer voltar.
Conta nos comentários qual foi seu maior perrengue viajando por aí — especialmente se foi tentando comer polvo recheado no mercado Nishiki! 😂
FAQs
1. Dá pra conhecer Kyoto em 2 dias mesmo?
Dá sim! O roteiro fica corrido, mas bem planejado, você visita os principais pontos e ainda aproveita bem a vibe da cidade.
2. Qual o melhor passe de transporte em Kyoto?
O Kyoto Bus One-Day Pass (¥600) é ótimo pra explorar de ônibus. Mas se vai usar trem também, considere o ICOCA ou JR Pass.
3. Kyoto é uma cidade cara?
Comparada com Tóquio, é um pouco mais em conta. Dá pra comer bem com menos de R$ 30 e os templos costumam custar ¥500 cada (~R$ 20).
4. Tem opção de hospedagem estilo tradicional?
Tem sim! Os famosos ryokans (hospedarias japonesas) são uma ótima pedida. Experiência completa com tatame, futon e até banho de ofurô.
5. É tranquilo viajar por lá sem falar japonês?
Super! Muita sinalização em inglês e o Google Translate salva nas conversas. Só não esquece de ser educado e sempre agradecer com um belo “arigatou gozaimasu”.